Ao menos cinco grandes investidores da Escandinávia já consideram retirar de fato o dinheiro aplicado no Brasil se não perceberem progresso no combate ao desmatamento da Amazônia. Segundo a agência Reuters revelou nesta sexta-feira (19/6), essa instituições fazem parte de uma lista de sete grandes grupos financeiros com mais de US$ 5 bilhões em investimentos ligados ao Brasil.
Na relação estão os fundos de pensão AP7 (Suécia) e KLP (Noruega) e as empresas de serviços financeiros Storebrand e DNB Asset Management (ambas da Noruega), além da Nordea Asset Management, gestora com matriz em Helsinque, na Finlândia, mas de origens também dinamarquesas, norueguesas e suecas. Além das cinco instituições, a Reuters cita as gestoras LGIM, britânica, e Robeco, holandesa. Somadas, as sete administram mais de US$ 2 trilhões, de acordo com a agência.
No Brasil, os recursos dessas instituições estão aplicados em empresas da cadeia de produção de carne, operadoras de grãos e também em títulos do governo. A reavaliação ocorre dos aportes ocorre na esteira do avanço do desmatamento. Em 2019, por exemplo, a destruição da Amazônia brasileira teve sua maior alta em mais de uma década. Houve aumento adicional de 34% nos cinco primeiros meses de 2020, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Incêndios na Amazônia
Incêndios de grandes proporções na Amazônia já tinham provocado forte reação internacional no ano passado. Em setembro, 230 investidores institucionais assinaram uma carta pedindo ações urgentes para combater as chamas. Agora, os sete grupos citados pela Reuters – entre eles os cinco nórdicos – deram um passo adiante com a possibilidade efetiva de se desfazerem dos investimentos no Brasil.
Também em setembro, a Nordea Asset Management já havia decidido suspender as compras de títulos de dívida brasileiros por causa dos incêndios florestais. Quando fez o anúncio, a gestora nórdica informou que sua exposição a títulos soberanos brasileiros era de cerca de € 100 milhões.
